quarta-feira, 27 de maio de 2009
De volta com a palavra
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Música de Algum Lugar
quinta-feira, 14 de maio de 2009
O que eu teria a dizer sobre os homens?
No começo eles são os gatinhos, os fofos. E para saber se eles estão a fim é só responder ao teste da revista. Se puxa seu cabelo, quebra sua barbie favorita e te chama de chorona é porque gosta de você e tem vergonha de dizer. Um tempo depois eles não são nem gatinhos nem fofos. Os testes esclarecedores dão lugar às listas de milhares de posições sexuais maravilhosas, e a sessão de recadinhos de amor cede espaço para a coluna “sou ácida por causa de um cafajeste”. Se ele bate é questão para Maria da Penha, mas se te puxa o cabelo é porque entende de pegada. A única coisa que não muda é a incompetência para lidar com o interesse no sexo feminino.
Depois dizem que a culpa é da mente complicada das mulheres. Imagina só que absurdo! Aliás, dizer que é impossível entender as mulheres é a constatação mais óbvia do descaramento masculino. A culpa pelo comportamento idiota que eles frequentemente têm não é deles, é das mulheres que nunca estão satisfeitas.
Os homens são habilidosos com poucas coisas... trocar lâmpadas, fazer baliza, acender churrasqueira e transferir a responsabilidade de uma mancada. É batata! Os homens sempre vão dar um jeitinho de colocar a culpa nas mulheres. Bobos! Se não gostam de discutir a relação, o jeito mais rápido de acabar com ela é assumir o erro, pedir desculpas e dizer que vai se esforçar para não pisar na bola outra vez. É difícil?
Difícil é escutar “vamo pro canto”, “ô bundão”, “vem ni mim gostosa” e fazer cara de paisagem. E o pior é que ainda fica uma dúvida: essas cantadas são só diarréia verbal ou eles realmente acreditam que vão conseguir alguma coisa com você assim? Melhor treinar a cara de paisagem... e esquecer o decote.
É frustrante perceber que mesmo aquele deus grego que te leva para jantar, paga sua conta e elogia seu cabelo estrategicamente hidratado, em algum momento vai estragar a boa impressão. Eles não acompanham nossas necessidades, não se baseiam no bom senso e sempre vão olhar para a mais gostosa, mesmo que você seja mais bonita e mais simpática do que ele merece.
Pior ainda é descobrir que as revistinhas de teste não servem mais, que os preciosos resultados que te levaram a ter coragem de entregar a sua primeira cartinha de amor eram furados. Somos nós mesmas, mulheres decepcionadas, de cabelos puxados e letradas em posições tântricas, que dizemos às pobres mocinhas que é normal os meninos arrancarem as cabeças de suas bonecas. Estágio de vida difícil esse!
Na maioria das vezes o único caminho é apelar para a arte da não perplexidade. Não se espantar com nada é uma tentativa árdua, é verdade. Ainda mais quando existe o fato de que queremos entender o que se passa. Perda de tempo, né? Sempre acabamos com a resposta de que os homens são todos muito previsíveis: as cantadas, os não telefonemas no dia seguinte, a cerveja e o futebol de domingo, o descaso com a nossa inteligência.
Mas, quando parece que a coisa já desandou de vez, surge ainda uma questão maior: por que é que nos interessam tanto? Será que quando nos apaixonamos simplesmente nos esquecemos da previsibilidade masculina ou apenas evitamos o sofrimento por antecedência? Vai entender...