sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Às vezes, parece que ser feliz é muito fácil, basta ter a sorte de pegar o ônibus vazio, de ter uma sombrinha guardada na bolsa quando começa a chover... E como é bom chegar em casa e encontrar a louça lavada, a cama pronta pra dormir.
Pena que a felicidade das coisas mais simples nem sempre aparece. O valor de tudo isso some fácil quando as coisas menos simples balançam as pernas.
A vida vai muito bem, obrigada, até que a gente percebe que nada tem selo de garantia eterna. E aí, como faz?
Talvez seja mais fácil perceber o valor das relações quando tememos perdê-las. E já não perdemos tanto desde sempre? Tantos já não estão mais com a gente.... É estranho pensar assim.
Mas não é fácil ser feliz, viu? Tem coisa que escapa pelas mãos e nem percebemos. Depois só sentimos a falta e vamos procurar o que é que ficou faltando pra durar.
Por isso tenho acreditado cada vez mais que felicidade é um estado, uma sensação passageira, intermitente.
Ser feliz não é obrigação nem direito.... não é fácil nem impossível. Felicidade é uma variável. Tudo isso pra terminar em um X.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Isto aqui é chato

Não adianta negar que a minha vontade de escrever aqui aumenta exponencialmente quando há lamentações. Parei porque em certa medida não quero expor tudo o que me acontece. Muito menos com quem mais acontece.


O problema é que anda faltando ouvinte e a terapia é só uma vez por semana. E, além do mais, seria um grande desperdício de dinheiro gastar toda a paciência da nobre psicóloga com reclamações de um ser tão pequeno.

É horrível, eu sei que é, mas acho que o que sinto é mesmo ódio. Tento controlar, ser o mais educada possível, mas me descontrolo tanto com certos problemas (aparentemente até pequenos) que a justificativa para isso só pode ser o ódio.

É um sentimento tão ruim e tão forte que me faz ter vontade de assinar a carta de demissão e carimbar o passaporte. E não é exagero, tenho vontade de sumir na hora mesmo.

Eu me sinto desrespeitada e parece que ninguém mais se sente assim. Eu acho que ele é a pessoa mais ignorante e grossa do mundo e todo mundo parece simplesmente acostumado e compreensivo. Eu acho que falta competência, criatividade e colaboração e parece que as outras pessoas não fazem muita questão disso.

Então acho que é mesmo natural a minha vontade de sumir a cada desacordo... quem não concorda sou eu. Quem não serve sou eu. Se todo mundo acha natural o que eu acho absurdo, como posso querer que mude?

É complicado não achar em casa as coisas que eu gostaria de ter. E se essas coisas estiverem longe demais ou nem existirem do jeito que eu penso ser o mais correto?

Talvez eu devesse mudar de profissão, trabalhar em um lugar sem portas pra bater, sem egos pra ignorar, sem ter que arrumar ferraduras para revidar coices.

Queria estar rodeada de gente admirável. De mais gente assim. O ruim aqui é tão ruim que quase anula a minha capacidade de achar coisas boas. E é a primeira vez que não consigo ver o melhor, ser otimista e esperançosa.

Acho que está saindo tudo muito caro para mim.

terça-feira, 9 de novembro de 2010


Nunca foi tão difícil escrever sobre o que sinto. É como escrever sobre o que eu não domino, não entendo, não conheço, não defino.
E quando o natural seria temer essa total indefinição, eu me acomodo confortavelmente no seu abraço e sinto com toda a certeza do mundo que não há outro lugar onde eu gostaria de estar.
Talvez seja o jeito como você beija a minha mão e brinca com o meu anel. Ou o fato de que você sempre sabe quando estou com as unhas feitas e com um esmalte diferente.
Eu não sei mesmo o que me faz ficar. Eu não sei por que comecei e nem por que já tenho vontade de acordar com você todos os dias. Eu não sei por que troquei a busca por definições pelo caminho da sua casa.
Também não sei dizer de onde vem tanta segurança, tanto carinho e nem para onde foi o meu pudor. Pra quem não queria tão cedo se expor à vontade do outro, eu me entreguei fácil demais.
Talvez seja o jeito como você se preocupa comigo e me dá boa noite. Talvez sejam as suas piadas bobas e o jeito como você diz obrigado aos garçons.
Eu não sei como você consegue tanto de mim... e nem como eu posso ter a cara de pau de pedir tanto de você. Também não tenho a mínima ideia de que parte desse caminho me fez tão abobadamente romântica.
É tanta diferença que nem parece possível conviver. Enquanto eu escancaro as minhas neuras pra quem quiser ler, você resolve as suas com um porre bem tomado.
Mas talvez seja o jeito como você releva as minhas crises ou o fato de não brigar com os meus argumentos. E enquanto eu me mato de curiosidade sobre a sua vida, você escuta pacientemente os meus “eu pensei uma coisa hoje” e se esforça, um tanto que eu não tenho noção da medida, pra me agradar.
É tudo tão real que nem me dou mais ao trabalho de procurar as sensações que uma paixão “normal” deveria me causar. Que você goste de mim despenteada e morta de cansaço. Com você eu não preciso fazer de conta que o cabelo está sempre arrumado nem morrer de taquicardia a cada aparição. E que eu goste de você mesmo que ronque a noite toda no meu ouvido ou me deixe em casa porque quer assistir o jogo de futebol americano. Que a gente simplesmente se goste porque as coisas decerto devem de ser assim mesmo.
Sem nome, sem medida, sem roteiro. Um gostar daqui até aqui.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Há tempos eu perdi a incontrolável mania de escrever tudo enquanto. Agora só escrevo quando estou triste ou incomodada demais. Meu prazer virou lamentação, que trágico.
Não é mais para tocar ninguém ou para me fazer entender... agora é só porque cansei de falar ou perdi a graça mesmo.
E hoje, quando era muito mais fácil culpar o meu descontrole hormonal, eu não resisti e vim reclamar de um jeito vão. Bom, tão vão quanto qualquer outra tentativa foi até agora.
Não sei se entrei pro clube dos rabugentos e insatisfeitos ou se só estou enlouquecida demais. Nunca pensei que eu pudesse ser tão chata, assim como nunca pensei que poderia querer tanto outra vez.
E é uma contradição absurda temer tanto a queda e me jogar cada vez mais. E é um absurdo me colocar em situações que eu já jurei em cenas cinematográficas nunca mais viver.
Então, enquanto escrevo e vou pensando que existem boas intenções, vou me dando conta de que se não é demais, não serve. E que se eu já pedi tanto, não devia mais continuar sem. Tem coisa que chega a ser humilhante!
Eu sou um esforço constante pra não mudar de ideia, eu me esforço todo dia pra não achar tudo um tédio e querer mudar pro Pará! Eu tô inquieta e não quero fazer par com a insatisfação. Mas se eu dou muito, eu não consigo esperar o mínimo, eu quero tudo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pronto, falei!

Eu sempre fui muito caxias, daquelas que não suportam um trato não cumprido. E eu sempre fui mais incompreensiva comigo do que com os que me deixavam na mão.
Agora aviso que estou flexibilizando as coisas. Ainda acredito que o certo é cumprir tudo e ser boa com todo mundo, mas não tenho mais a compreensão que tinha antes.
Sinceramente, agora me preocupo comigo... e tenho muitas razões pra isso. Egocêntrica? Sim, quem não precisa de si mesmo pra sobreviver?
Dos que têm a crítica na ponta da língua, eu não recebi mais nada além de críticas. Dos que eu fiz um esforço tremendo pra guardar com carinho, eu não recebi mais nada além de veneno. E devo confessar ainda mais sinceramente: que vergonha eu sinto pela mediocridade de vocês.
Se o que faltava era vacina, já providenciaram doses suficientes. Só não vou mandar embora o meu espanto a cada nova maldade porque esse não é o tipo de coisa com a qual eu quero me acostumar.
E se vier uma vontade súbita de questionar as minhas falhas, seja corajoso o suficiente para cuidar das suas. Se questione o que tem me dado para receber o que volta.
Estou mesmo muito magoada, decepcionada, cansada e com vontade de sacudir meia de dúzia de gente.
Não me orgulho das tarefas que não consigo concluir, mas não vou me matar por isso. Há muitas falhas dos dois lados e o ataque só vem pra mim. Eu me cansei.
Não sou perfeita, não dou conta de tudo e não vou me esforçar para dar mais a quem só me machuca.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Hoje você merece uma reedição. Merecia um "vai pastar", mas estou de bom humor.
Na verdade, quem não conseguiu me oferecer nem respeito não merecia coisa alguma.

domingo, 8 de novembro de 2009


Você me ofende.
Ofende meu bom gosto, meu bom senso.
Ofende minha inteligência, minha intuição.
Ofende meus valores e minhas utopias.
Ofende a minha decência e o meu amor próprio.
Vivendo você me ofende. Me ofenderia ainda que vegetasse.
Você me ofende com as suas palavras e mais ainda com o seu silêncio.
Você me ofende profundamente.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Seu cheiro do inverno passado

Vem chegando mais um inverno e eu mais uma vez tento me convencer de que o cheiro desse hidratante na minha pele é meu e não seu.
Preciso fazer um esforço gigante pra aceitar que todas as lingeries não foram compradas em vão, que só mudaram de tempo.
Chegam tantos outros dias e eu não me canso de indagar até quando vou ter que te levar comigo.
Eu me vejo tão realizada e cheia de coisas pra cuidar. Passo uma semana inteira achando que você não é mais muita coisa. Me jogo no trabalho e nem me lembro que não ouvi seu bom dia  e nem ri das suas piadas idiotas. Até que ouço uma daquelas músicas e me dou conta de que você nunca passa. De um jeito ou de outro, você sempre está aqui.
Às vezes, tenho vontade de te chacoalhar e pedir que me olhe, ao menos uma vez, como uma possibilidade. Dia sim, dia não, me seguro pra não te pedir pra voltar. E, sabendo de que nada adiantaria, eu faço de conta que não foi tudo isso e me convenço de que pelo menos com o orgulho inteiro eu saí (quanta bobagem). Faço de conta de que não foi nada demais.
Eu tenho mil coisas pra te contar, mas tenho certeza que ficaria muda na primeira oportunidade de te encarar.
Sei que nunca te amei e isso não me tranquiliza em nada. Se eu ao menos soubesse que loucura é essa...
Só sei da minha vontade de te dar um beijo, de zombar da sua cara, de te contar dos meus atropelos e desse cheiro do hidratante do inverno passado...

Me lembro de vc como se tudo fosse simples como um "just say yes"
http://www.youtube.com/watch?v=vW1hv37imjw