segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O último de 2009

Acho que hoje acordei meio melancólica. Ainda não ensaiei crises de saudade da vida de universitária nem parei para pensar que todas as aquelas pessoas não são mais meu convívio diário.
Sei que quando essa ficha cair eu vou cair um tanto junto. Por enquanto só me passam pensamentos breves: "será que fechei as janelas direito? Será que toda essa chuva não está inundando meu quarto e derrubando as janelas da cozinha?". E aí dá uma dorzinha aguda quando me respondo que não tem mais nada meu naquele apartamento, que as janelas devem ter sido consertadas na vistoria e que eu não vou voltar pra lá quando tudo aqui começar a ficar muito demais.
De tudo o que me exigiu providências, desmanchar o 124C foi o mais difícil. Por todo o tempo eu odiei aquela cortina de renda encardida e ignorei o buraco que fiz na parede do meu quarto. E agora me falta até esses detalhes tão dispensáveis.
Sempre gostei muito mais do lugar em que estou agora, mas eu gostava ainda mais quando esse lugar era onde eu sabia estar. É como se eu não soubesse mais estar aqui.
Eu ando querendo encontrar pessoas que nem sequer deviam viver na mesma cidade que eu. Eu passo o tempo todo olhando para a porta, mesmo sabendo que não vai fazer diferença nenhuma se entrar.
E esse movimento todo parece uma tentativa confusa de arrancar pedaços que não deviam fazer parte e grudar de volta os que foram caindo pelo caminho.
Eu leio incrédula papéis e cartas que nem parecem escritas por mim. Conversas que eu nunca tive. Será que fui mesmo eu? Eu olho as fotos e não vejo estampado naquele rosto todo o sentimento que eu vivi. Será que trocaram as pessoas?
E eu me coloco à frente e não escuto nenhuma das palavras que costumavam me guiar por risadas e revoltas. E aí é como se não estivesse mais em mim. Mas está.
E quando tudo isso não parece ter importância nenhuma diante de tanta vida pra ajeitar, eu me pego choramingando ao som de Meet by the water.
Parece que teve pouco ano pra tanta coisa. Dessa vez o tempo me atropelou com mais força do que o habitual. E no fim desse ano eu tenho todo o direito de acordar meio melancólica (dramááática)! Tudo convergiu em uma grande despedida. E quem é que não engasga na hora de dizer adeus?

Então, que tenhamos sabedoria suficiente para deixar guardado nesse ano que acaba tudo o que não merece um lugar em 2010. E que todas as boas coisas não sejam esquecidas, nem distanciadas, por mais que as estradas insistam em não cooperar.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Pra todas as coisas, eu escrevo

Quando as palavras faltam, eu insisto e escrevo.
Quando escrevo, faço de conta que não faz a falta que faz.
E então está tudo ali, naquelas palavras que só dizem pra eu escutar.
Quando falta amor e coragem, eu corro pras palavras.
E se falta rumo e obstinação, eu corro pras palavras.
Gasto em textos as solas dos meus sapatos.
Escrevo, crio e espero. Viajo ao lado de lados que não são meus.
Desfaço laços e reforço nós que, por vezes, me apertam o peito e a garganta.
Eu sei do que é feito meu sossego. E sei que, nessa hora, isso parece prematuro.
E é com as palavras que eu me despenteio. E é quando elas faltam que eu me desespero.
Falta de tudo um pouco nessa vida.
Só não me pode faltar os meios de mostrar que eu sinto falta.
Então, eu escrevo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Eu tenho certeza absoluta de que vai ser uma merda. Me desculpe, mas é assim que vai ser.
"wish you a little bit of hell".

=D

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Cheia de Sentimentalismos

Quando vejo já estou lá, teletransportada para o seu lado.
Meu pensamento vai, viaja veloz e me leva na bagagem sem nem me perguntar se essa era a minha vontade.
Parece saber que a vontade era essa mesmo. Uma angústia doída que só passa quando você está presente.
Meu pensamento me leva até você. Aceita a minha vontade e ignora as nossas limitações... aquelas que você me impõe e eu não aceito. Aquelas que eu me imponho e entrego à transgressão.

domingo, 15 de novembro de 2009

Era para ser atordoante, mas sinto uma certeza boa de sentir, errada e ainda assim boa de sentir, de que vamos ficar bem juntos.
Talvez a gente funcione. Talvez, em algum momento desse tempo meio doido que passa em nossos relógios, a gente aceite um reencontro.
Por enquanto eu deixo assim ficar, bem longe de mim.

Para acalmar o coração...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Puta sacanagem... =/

"e eu me questiono aqui se isso é normal..."

Dias estranhos pra fazer valer o inferno astral da sagitariana aqui. E que amanhã seja um pouquinho diferente, apesar dos reencontros.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Um minuto de silêncio pela crueldade

Se você diz saber, quem sou eu para negar...
Pois que saiba. E que sinta, meu bem!



So you thought this was gonna be easy
Well, you're outta luck
Yeah let's rewind, let's turn back time
To when you couldn't get it up
You know what I shoulda ended then
That's when I shoulda shown you the door
As if that weren't enough to deal with
You became premature

I'm sorry if you feel that I'm being kinda mental
But you left me in such a state
Now I'm gonna do to you what you did to me
Gonna reciprocate

I never wanted it to end up this way
You've only got yourself to blame
I'm gonna tell the world you're rubbish in bed now
And that you're small in the game

You're not big, you're not clever
No, you ain't all big, brother
Not big whatsoever
You're not big, you're not clever
No, you ain't all big, brot
her
Not big whatsoever

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Descobri que me tornei um gato escaldado.
Cansei de colher as coisas ruins dessa má escolha.
Give me a break!

domingo, 8 de novembro de 2009

Você me ofende.
Ofende meu bom gosto, meu bom senso.
Ofende minha inteligência, minha intuição.
Ofende meus valores e minhas utopias.
Ofende a minha decência e o meu amor próprio.
Vivendo você me ofende. Me ofenderia ainda que vegetasse.
Você me ofende com as suas palavras e mais ainda com o seu silêncio.
Me ofende com seus desejos pra pessoa errada.
Você me ofende profundamente.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Descanse em paz!

Já tem tempo que você não dorme comigo, mas hoje acordou aqui.
E isso nem é estranho, eu gostava de te ter assim.
O problema é que agora não cabe mais, o espaço ficou pequeno pra tanta concessão.
Você não vale a pena. E nem adianta me perguntar o que é que mudou.
Não foi nada que você fez, se fosse por isso eu nunca teria começado. Você é mestre em fazer as coisas erradas e não é de hoje. Sabíamos disso, e eu não corri pra longe porque não quis.
Agora quem mudou fui eu.
Até o meu despeito parece menos revoltado.
Que diferença faz? Nada recupera o tempo que se perdeu.
Nem você aqui brigando com outras caras e insistindo pra ficar.
"Não, não acorde, por favor!", você me disse.
É melhor que eu fique assim, bem acordada.
E que você não venha mais uma vez procurar seu lugar entre os meus lençóis.
Sei que não te faltam opções, então procure por uma menos complicada que eu.

E vamos deixar que o Lulu Santos cante por mim... "não imagine que te quero mal, apenas não te quero mais".

Pronto! Podemos soltar os foguetes agora! Quero fogos de artifício tão bonitos quanto os de Copacabana!

=D

sábado, 24 de outubro de 2009

Pelo o que acaba. Ó a efemeridade da minha vida amorosa!

Mesmo que mude (Bidê Ou Balde)



Ela vai mudar,
Vai gostar de coisas que ele nunca imaginou
Vai ficar feliz de ver que ele também mudou
Pelo jeito não descarta uma nova paixão
Mas espera que ele ligue a qualquer hora

Para conversar
E perguntar se é tarde pra ligar
Dizer que pensou nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que

É sempre amor, mesmo que acabe
Com ela aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou

Ele vai mudar,
Escolher um jeito novo de dizer "alô"
Vai ter medo de que um dia ela vá mudar
Que aprenda a esquecer sua velha paixão
Mas evita ir até o telefone

Para conversar
Pois é muito tarde pra ligar
Tem pensado nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que

É sempre amor, mesmo que acabe
Com ele aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou

Para conversar
Nunca é muito tarde pra ligar
Ele pensa nela
Ela tem saudade
Mesmo sem ter esquecido que

É sempre amor, mesmo que acabe
Com ele aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

E como se você não tivesse defeitos, como se você nunca tivesse se esforçado pra me desagradar
eu me entrego aos delírios românticos da madrugada que intelectualmente nada produz
parece que gosto de me esquecer de todos os motivos contrários
prefiro pensar nas coisas boas...
Mas pra quê?
Não vai mudar nada... não vai te transformar num bom homem só pq é essa a minha vontade.
E todos os outros dias quando eu te achava feio, pra onde foram?
E toda a certeza de que vc não era pro meu bico?
E a raiva que eu sinto por vc sempre subestimar a minha inteligência, fica onde?
Se juntos, onde eu esconderia todas essas coisas?
Será só um querer?
Por que querer seus olhos se eles sempre serão seus?
Amêndoas que só vêem o que não têm.
E os meus não fazem diferente.... só buscam por você
e de vc nada têm.
Mas ah, os seus defeitos... meu poço de tolerância
que seque, que cicatrize, que não mais me afogue.
eu sou apaixonada nos seus olhos de amendoas
no seu cabelo bagunçado e no seu perfume barato
acho uma graça sua voz de menino e seu sotaque todo arrastado
suas pernas finas e tortas parecem de brinquedo
vem brincar comigo?
pq eu adoro ver a sua cara de ironia
adoro te xingar enquanto vc destila suas bobagens
vem brigar comigo?
pq eu me sinto tão forte ao seu lado
me deixa ser o contrário?
eu adoro beijar sua boca e te apertar os quadris
vem beijar comigo?
nao faz mal seus óculos velhos
nem seu desajeito com tanta altura
nem suas músicas e a pouca literatura
vem escrever comigo?
eu adoro quando voce me irrita
e arranca um sorriso da minha boca no minuto seguinte
vem me dar motivos?
pq eu sou tão viva quando vc está aqui
e tão triste quando vc vai embora...
já disse que vivo namorando suas sobrancelhas?
seu nariz pequeno...?
é assim com cada pedaço
me deixa juntar tudo aqui?
mas se de tudo eu tiver que escolher, me deixa ver seus olhos?
eu prometo que não faço mau uso
pq se de tudo eu puder ter
quero só que eles me vejam assim
encantada e cansada
triste e com saudade
dos seus olhos de amendoas, de suas pernas finas,
do seu cabelo despenteado, do seu perfume barato,
do seu beijo, do seu abraço,
da sua companhia.

sábado, 3 de outubro de 2009

Era pra ser hora de acordar... mas eu nem dormi ainda.
Se não é você eu não deixo subir. Percebeu?
Vê como essas lágrimas caem feito idiotas dos meus olhos?
Entende que é só por causa das canecas cheias de entorpecente?
Sabe que é porque eu não te tenho de jeito algum e sinto saudade?
Pq não eu? Pq não vc?
Eu me irrito com o fato de vc nunca estar sozinho... eu não preciso estar sozinha, eu não estou.
Mas que diferença faz?
Eu quero é vc!
Eu já encontrei melhores... mas nessa noite, nesse dia que insiste em amanhecer antes de eu dormir... eu só quero o pouco que poderia vir de vc...
Ridículo, né? Eu tbm acho. Mas eu quero mesmo assim.
Eu quero por uma hora, por meia diária. Eu quero por minha causa... pq eu sinto vontade!
É só por isso.
Eu não te amo, eu não quero namorar com vc, eu não sou apaixonada por vc, eu não tenho intenção nenhuma... eu só quero vc agora.
Eu e minhas bobagens....
Vc só precisa querer... mais nada.  Se vc tivesse seguido a minha cartilha não teria sido tanto.
E eu só te quero assim pq eu não sei perder.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A Razão do Meu Astral

Não foi amor, nem deixou de ser
Quem me dirá o nome dessa história
Quem me dirá como foi pra você
Se tudo pra mim revive na memória
Se foi só ilusão meu coração não saberá

É triste ter que admitir que ainda te desejo aqui e fecho os olhos pra sentir o cheiro do seu cabelo em mim
E foi a razão do meu astral agora me mata, me faz mal
Mas veja que pra mim morrer nao é o fim
O fim é viver, vendo você sem mim

Se foi só ilusão meu coração não saberá

É triste ter que admitir que ainda te desejo aqui e fecho os olhos pra sentir o cheiro do seu cabelo em mim
E foi a razão do meu astral agora me mata, me faz mal
Mas veja que pra mim morrer nao é o fim
O fim é viver, vendo você sem mim

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Como pode escrever tão mal?
Eu já não tinha muitas razões pra te admirar... agora então!
Como pode escrever tão mal?

Mas quer saber? Eu acho é bom!

domingo, 27 de setembro de 2009

Eu comecei essa história pelo fim.
Tudo o que eu escrevi até hoje começou no final que eu queria me impor (observou?).
Há um tempo eu sinto que não há mais nada de mim que possa ser dado, não há nada que possa ser feito.
Antes eu me agarrava aos seus bons detalhes pra justificar minhas bobagens. Agora eu me agarro aos meus bons e reais motivos pra não querer mais.
Eu vou olhar e não vou ver, e isso ainda dá uma pontinha de saudade.
Mas é um começo... um começo necessário nessa hora cheia de finais.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Aos cuidados de S.J

Olha só que ironia do destino, pra quem era a "vilã" da história esse post parece bem inoportuno, né?
É que essa é mais ou menos aquela coisa do "cada um sabe da dor que tem". Não, eu não guardo as dores que senti naquele tempo, e foram muitas. Nunca foi tão difícil ser eu quanto foi naqueles dias.
Mas eu guardo tanta coisa que é quase injusto.
Eu realmente não soube amar. E como saberia? Aquele não era o lugar, nem aquele o par, nem o meu tempo.
Sim, eu quis o vão do portão, as músicas no violão, as cartas e os beijos muitas vezes depois. Eu reli nossas coisas uma dúzia de vezes. A última foi há um mês... aquelas palavras ainda carregadas com tanto cheiro me pareceram um consolo do amigo que eu nunca quis perder. Me pareceram a resposta do "por que não deu certo?". Parece que já sabia que um dia chegaria a minha hora, a minha vez de querer arrancar o coração do peito e apagar da memória os desejos. Sabia que chegaria a vez de "me entregar pra quem eu não significava nada".
Seriam três anos, e eu já dizia que não era pra me prometer voltar.
São sete anos, o mesmo tanto dos nossos problemas, e eu tinha razão. Não volte.
Eu cresci muito com a nossa história, eu sem você seria outra pessoa... e tenha pra si o mérito e o demérito disso.
E é estranho pensar que já foi tanto tempo desde a última despedida. Não dá pra sentir tão longe no tempo e no espaço alguém que sempre vai estar dentro.
Vai ser sempre meu carinho imenso, o amigo mais querido, meu melhor 20 de setembro.
Quando você some meu coração fica assim pequenininho...
E nem adianta perguntar "quanto tempo será que demora um mês pra passar".
Já passou né?

domingo, 20 de setembro de 2009

Perturbações....

Não adianta brigar nem dizer que dessa vez é diferente.
Não adianta nada.
Acordada eu sou uma pseudo esforçada. Dormindo eu  sou completamente tola.
Não há manual do João Bidu que dê conta de tantos sonhos.
E não tem o Freud aqui do meu lado pra me dizer que há de ter uma razão.
Aaah... faça-me o favor! Como se não fosse suficiente toda a merda já feita, ainda me restam esses resquícios de presença...
Não, eu realmente não fico triste de ter sua presença. Eu não sei é não ter, porque você está aqui o tempo inteiro e na verdade não está. Eu não me satisfaço é com os resquícios. Eles são meus e me perturbam. Eles são seus e não te dizem nada.
Por que é que eu não sonho com o meu livro? Por que é que eu não sonho com o gabarito da prova de um concurso público?
Foda véio!



...it's strange what desire will make foolish people do
i never dreamed that i'd meet somebody like you
i never dreamed that i knew somebody like you

no, i don't wanna fall in love
no, i don't wanna fall in love
...with you...with you ....


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Você é só um hábito. Uma péssima mania.
Um costume inoportuno. Um vício.
Você é só uma indigestão.
Uma pedrinha no sapato fechado.


ps: quem dá conta dessa insônia, desse cansaço, desse saco cheio?
Como é que se manda essa saudade despeitada pra pqp?
Google maps?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Me cante uma canção do desamor?

De tudo o que você não fez
O que mais faltou foi uma
Canção do desamor
Devia saber cantar uma canção do desamor
Pra ficar bonitinho o adeus que tenho que dar
Triste já basta o quanto é
Então, se o desamor cantar kaoma, já é uma grande razão de ser
Que faça rir enquanto me dá motivo pra chorar
Queria uma canção do desamor pra parecer que alguma vez foi
Uma canção pra desfazer o laço, pra desapertar o nó na garganta
Como um grito..
Um alívio, um inté
Uma canção sem chance pra contrapartida
apenas notas de desamor.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Hoje me peguei tropeçando. Hoje deixei o calo doer um pouquinho mais.
É incrível me descobrir assim tão forte e tão metralhada. Quando parece que não tem mais nem um pedacinho pra fincar um espinhozinho qualquer, me gruda um ramo inteiro de malícia, como diria a Dona Clarinda.
E aí eu ainda estou inteira. Isso não é espantoso?
Eu seria capaz de jurar que não existe Layla capaz de aceitar tanta coisa. E aí minha tolerância e meus limites riem da minha cara: "tadinha dela, não sabe nada da vida!".
Acho que não sei mesmo... Olha só que engraçado... tem uma Layla de dois anos brincando num balanço e mostrando a língua pra mim. Será que ela está dizendo pra eu fazer o mesmo? Vestir um vestido de rendinha, calçar um sapatinho vermelho e sair mostrando a língua pra tudo o que for chato e difícil de resolver?
Pois é... minha paciência elástica, meu desejo perene, minha raiva intermitente... vou mostrar a língua pra vocês!
E se demorar mais pra passar? Será que corro o risco de enloquecer?
O risco? Bobiiiinha, já tá abraçada ao insano e não se deu conta ainda...
Pois que seja!
No fim o que vale não são as histórias que temos pra contar?

"E a vida que ardia sem explicação. Explicação, não tem explicação. Não tem explicação, não tem, não tem"...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Breves observações curitibanas

Quando eu disse "vamos por a culpa em Curitiba" não imaginava que poderia estar falando tão sério.
Eu não me encontrei nessa cidade, não entendi do que ela é feita, se é São Paulo, Campinas, Campos do Jordão, Rio ou qualquer outro lugar. Não sei onde me caberia nessa cidade dos carros vermelhos e dos jardins mais bem cuidados que já vi. Só sei que encontrei mais um lugar com razão de estar. Só sei que esse sorriso de orelha a orelha é culpa de Curitiba.
É culpa de Curitiba a certeza de que tudo que é bom despenteia, de que o queijo de Minas é melhor e não tem jeito, de que vinho barato é mais gostoso, de que a gente briga, não se entende, não suporta pensar que está acabando e só quer ter mais que um tempinho juntos.
É culpa de Curitiba esse alívio, esse divórcio.
Eu sei que Curitiba é nossa Las Vegas e, que como tal, o que acontece lá fica por lá. Mas eu sinto uma certeza muito boa de sentir de que tudo isso é só uma prévia. Uma prévia do quanto podemos ser felizes, do quanto podemos ser bem pagos, do quanto podemos nos divertir, do quanto podemos ser reconhecidos e do quanto podemos nos surpreender.... e nos superar.

Aaah... antes que eu me esqueça... em Curitiba a caipirinha não dá grau, dá uma pira muito gostosa! ;p

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Vamos! Vamos!

..."And the worst part is there's no one else to blame"... (aí é a hora de se sentir um completo idiota, de querer mascar o maço de carlton que está na bolsa, de chorar feito uma criança).

Mas Curitiba tá aí pra isso!
Vamos por a culpa no ônibus velho, no professor chato, no frio do Paraná, na gripe suína, nos alunos mal preparados das particulares, na nossa displicência, no pouco dinheiro, no excesso de chopps e no hotel barato.

Vamos... porque seguir em frente é o mínimo que podemos fazer!

"i don't ever dream about you and me
i don't ever make up stuff about you and me that would be considered insanity
i don't ever drive by your house to see if you're in
i don't even have an opinion on that tramp that you're still seeing
i don't know your timetable
i don't know your face off by heart
but i must admit that there's a part that of me that still thinks
that we might get on
we should get on
we might get on"

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Quase uma tpm

Eu odeio as suposições dos outros!
Eu realmente detesto quando supõem algo a meu respeito! Eu acho o cúmulo do cúmulo alguém se guiar pelo que acha que eu devo achar. Isso é um absurdo... eu sou tão aberta, eu falo de tudo com tanta naturalidade... eu posso não entender e nem gostar de tudo o que sinto ou penso, mas se alguém quiser entender o que quer que seja a meu respeito não há jeito mais certo do que simplesmente me perguntar. Oras!
Eu gosto disso, do falado. Eu não sei lidar bem com as meias palavras, não quando elas não são minhas! =)
E eu não sei lidar com o não dito! Que ódio! Eu odeio os não ditos... eu posso morrer de medo de ouvir o que não quero, mas eu não sei não ouvir nada!
Aff...que revolta! Que desnecessário!
Eu posso ter cavado a minha cova, eu posso ter entregue as armas pro inimigo, eu posso ter feito o diabo, mas isso não significa absolutamente nada além daquilo que só eu sei o que realmente é.
Será que não dá pra entender que nesse jogo não há e nem houve garantia alguma? E que correr das falsas garantias é abrir mão de algo/alguém muito bacana?
Aaai que ódioooo!!
Como alguém pode agir tomando como base suposições daquilo que eu devo sentir se nem eu mesma sei de tudo o que eu sinto e muito menos do que eu ia fazer isso?
Mas ah vá... no fim das contas não é tudo problema meu?
Pois beeem... foi problema meu. Difícil deixar pra que eu decida o rumo disso por minha conta? Era realmente necessário que decidissem por mim?
Mas que raiva!! A gente acha que não tem mais nada a perder e aí descobre que sempre pode ficar um poquinho pior do que já estava.
O problema maior de decidir por mim, de se apegar ao que acha ser o que eu sinto, é ignorar um traço marcante de tudo o que me move: o controle.
Ao invés de apagar, jogou lenha na fogueira. Agora vem me explicar suas razões, vem! Que eu grito pro mundo o quanto não sossego até eu decida que não te quero em minha vida.
Pois é, viu como leu o manual errado? Ia terminar assim de um jeito ou de outro, mas a escolha era minha!

E não me venha interpretar nada! Hunf!


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Nada demais....

Seria estranho se eu dissesse que venho pensando sobre alguma coisa específica nos últimos dias.
A verdade é que eu estou tentando não pensar em muita coisa... queria dar uma folga sincera aos meus botões.
O problema maior é que não há tempo para a folga, nem a programada nem a necessária. A vida tá batendo na porta... insistentemente.
Eu vim sem rumo, fugitiva de circunstâcias nada felizes. Eu encontrei muito do que deixei, mas o que eu trouxe parece não caber nas mesmas gavetas, nem nessa mesma cachola.
O que é que a gente faz com as coisas que criamos e por uma razão ou outra não usamos?
Será que dá pra fazer reciclagem de sentimento? De personalidade?
Ou será que mais cedo ou mais tarde aquela sensação de que "não aconteceu nada disso comigo" toma conta de tudo e desfaz toda tristeza, toda lembrança?
Estou no meio termo, andando em uma daquelas estradas de terra cheias de costela de vaca, me chacoalhando loucamente, engasgada com a poeira e achando todas as porteiras exatamente iguais.
Eu continuo achando que foi vento demais pra pouca chuva, sabe? Aquelas coisas que devem de ter uma razão, uma justificativa válida mas muito escondida? Mais ou menos assim...
Agora que eu tô aqui dá pra ver muito mais claramente que no meu caminho tem estrada demais pra andar, pistas demais pra seguir.
Eu quis fazer tanta coisa, eu sempre tive muitos planos... não me parece justo deixar que eles percam a graça só porque um mais palhaço teve a indecência de cair de para quedas. Vou me firmando nesse propósito.
Eu tenho mais 3 meses de faculdade, um livro pra escrever, um emprego pra procurar, intercom, interunesp e Uberlândia no meio de tudo isso. Não tinha lugar pra mais nada, vamos enfrentar os fatos, né?
Mas como vontade é vontade e eu sei muito bem do que a minha é capaz de fazer, vou deixar de lado qualquer lamentação.
Eu tenho abraço, eu tenho carinho, eu tenho companhia, eu tenho beijos, planos, malas, idéias, saudades e botecos com a melhor brahma do mundo. Só me falta paixão, mas pra isso eu sei dar um jeito.
E pra quem está tentando não pensar em nada... quanta ilusão! =D


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A saga continua

Sim, a saga continua!
De ontem pra hoje descobrimos muitas coisas interessantes... o poder do charminho na zona azul, o poder do decote no banco, no bar, na vida!
Descobrimos o veneno ideal pra morte necessária, a dor das nossas aventuras juvenis pelo bairro Brasil. Quem diria que pilotas de fórmula 1 não seguram bem no guidom? Perigooosas! Tanto quanto os coquinhos assassinos que caíram em nossas cabeças.
Descobrimos o segredo da sobrancelha perfeita e o quanto se permitir mudar faz a diferença.
A crise do meio dia quase virou um mergulho na lagoa do Parque do Sabiá. A gente queria uma carona naqueles benditos patins... fica pra hoje!
Tenso, beem teeenso. Tinha uma rotária no meio do caminho! Aliás, teve tanta coisa no meio da caminho que é melhor deixar pra lá.
De ontem pra hoje teve mesmo de tudo um pouco: homens de cabelo duro, mulheres with lasers mega potentes, amigas muito sensatas e o amigo mais querido.
A gente não vai esquecer da utilidade de um saquinho plástico, nem do quanto pode ser perigoso fazer escalas.
E então a gente amanhece, bem mais cedo do que deveria. Damos de cara com as nossas fraquezas e rimos ao som de galopeira.
E daí se as pernas doem e a cabeça está pesada? E daí se nada está sob controle e se resolve chuviscar bem na hora de sair do salão com o novo corte de cabelo?
Bom é ter do que rir no dia seguinte, bom é adicionar mais meia dúzia de mancadas na lista das razões de morte. Bom é ouvir a amiga dizer que "macho qualquer cachorro é, quero ver é ser HOMEM" hahahahaha... acaba mais um pouquinho com a minha saúde!

Hoje, amanhã e depois... é tudo o que temos antes de eu ceder aos chamados de Bauru, até lá as roupas de cama continuam esparramadas no meu quarto... prontas pra abrigar nossas loucuras, nossos arrependimentos, a fome noturna da Samyla, a falta de apreço na balada da Lívia, a braveza da Gaby.

Vamos ou não? :P

"I got a brand new attitude
And I'm gonna wear it tonight
I wanna get in trouble
I wanna start a fight...
So so what?
I'm still a rock star
I got my rock moves
And I don't need you
And guess what
I'm having more fun
And now that we're done
I'm gonna show you tonight
I'm alright, I'm just fine
And you're a tool
So so what?"

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Nossas peripécias


E pra completar o momento "romance no pós-modernismo é brega mesmo", imagine a cena: Avenida Monsenhor Eduardo, 3 da tarde, um gato morto no saco, um ponto de ônibus lotado e duas loucas dentro de um carro que quando não está parado anda a 40km/h.
A morena dá chilique, grita, se despenteia, chora e canta na maior altura do mundo. A loira ri incontrolavelmente, se indigna, quer matar o fdp larva seboso, quer invadir o estacionamento da auto escola.
A gente oscila entre SO WHAT... I`M HAVING MORE FUN... e SAI DA MINHA VIDA PELO AMOR DE DEUS.
A gente tem pelo menos uns 16 (se não 20! hahaha)... motivos milimetricamente contabilizados em uma lista que só nos dá razão pra querer matar bem devagarzinho um certo... nada. (Ele é um NADA Layla!!)... "acaba com a minha saúde".
E em meio tanto banzo, a tanta histeria, a tantas catarses, a tantos musclinhos doloridos e a tantas buzinadas de motociclistas o que é que a gente faz? A gente se afoga em baldes de sorvete, torce pelo mocinho religioso e se encanta com o beija-flor decaído.
"Ah eu acho sexy"... é claro que você acha! Vc não presta, sua ordinária!! hahahaha

"Não faz mais isso comigo
Não faz mais já perdoei demais
Não faz meu coração de bobo
Já nem sei se devo relevar
Não sei se posso me arriscar
Cansei de por a mão no fogo
O que já passei
O que já chorei
Você não sabe um por cento da dor
E da saudade que você deixou
Sai da minha vida pelo amor de Deus
Para de zombar dos sentimentos meus
Diga de uma vez o último adeus
Sai do meu caminho que eu quero viver
Para de voltar pra me enlouquecer
Antes que eu perca de vez a cabeça
E me entregue a você"


Mas a noite sempre chega... e então é mais uma vez saudade.
Simples assim... é mais uma vez saudade. =(

Banzooooo ¬¬

Produto de uns chopps a mais....

Acabei de chegar do buteco... e é claro que a gente sempre tem algo a dizer nessas circunstâncias! =D
Eu não entendo, eu não aceito. Então não espero compreensão de ninguém.
Ensaiei várias vezes uma definição pra o que eu sinto... tudo em vão.
Eu me qualquer coisa por alguém que não me dá razão alguma pra isso. Passatempo? Paixão? Encanto? Fraqueza? Orgulho ferido? ... Não sei, talvez! Amor? Não... com toda certeza desse mundo...não!
Eu fiz um esforço tremendo pra guardar algo de bom desse sujeito que pouco age quando o contexto se refere a mim... e eu já sabia que ia dar tchau pra uma parede e seguir sozinha com o que tivesse restado dessa loucura emocional. Mas eu cansei de me esforçar... eu cansei de pagar pra ver até o meu último suspiro de fé nessa pessoa. Sim, eu acho que tenho fé de que existe um grande homem por trás de tantas evidências contrárias.
Dizem que a fé é aquilo que nos move e que não tem explicação, é algo que sentimos profundamente e que nos faz seguir em frente.
Pois bem, já tive fé demais em outra pessoa. Movi mais montanhas do que pregam as escrituras. Agora é hora de ter fé em mim mesma.
É hora de ter fé em minha capacidade de usar meus pensamentos em algo mais produtivo do que na vontade de te ver atrás de mim. É hora de ter fé nesse sentimento de que não tenho mais nada pra oferecer.
E se eu não estou mais disponível (e realmente sinto que não estou), é preciso ter fé de que quando eu fechar as minhas bagagens e voltar pro meu mundo eu não vou mais precisar levar tanto comigo.



terça-feira, 18 de agosto de 2009

É tudo uma grande despedida

Ontem eu comecei a me dar conta de que meu prazo já passou, de que o tempo que eu tinha como aliado já não está mais disponível nem pra mim nem pra mais ninguém.
Um mês e meio era tanto tempo... e agora já foi a Romaria, já foi a minha caminhada, já foi todo o tempo!
Hoje eu senti de verdade que a despedida é inevitável (como se eu não soubesse disso há tempos).
Hoje eu me lembrei dos dias terríveis, eu chorei pelos dias terríveis e por todos os dias sensacionais que eu não vivi aqui.
Eu quis esse lugar por razões muito específicas, por certezas muito falsas e por um descontrole muito recentemente adquirido.
Eu venho tentando, e eu até tenho conseguido certo sucesso, mas eu ainda tenho vontade de gritar pro mundo um "pelo amor de Deus me arrumem um engov pra vida, um sal de frutas potente o suficiente pra digerir tudo o que eu não consigo engolir".
Eu tô na prorrogação da prorrogação... e nunca é você quando o meu telefone toca, quando a janelinha sobe, quando o carteiro chega.... nunca é, não foi e eu sei que não vai ser. E aí eu tenho meu mundo certo, meus amores seguros, meus amigos fiéis e quilômetros e mais quilômetros de estrada pra correr pra longe de tudo isso.
Mas antes de sair eu ainda tenho a minha despedida... e eu não contava com ela.

E eu não sei como me despedir do que não sai de mim.

Eu tô me despedindo das noites de Bauru, dos dias em Jataí, dos sonhos caóticos, dos meus planos, da chegada na rodoviária, das caminhadas que fiz sozinha, das músicas que dancei, das broncas que levei, da espera, das 14 ruas pra cima, das expectativas, da vontade...
O que fica? Só as MINHAS coisas, só as MINHAS indignações, MEU espanto, MEU carinho e o que ME resta do orgulho que tenho de tudo o que vivi até agora. Sim, é tudo de mim, e é tudo de mim pq nunca tive tão pouco de alguém... e nunca quis tão pouco de alguém que não fosse capaz de me surpreender com o mínimo do que desejei.

Na hora de dizer tchau eu sei que vou estar dizendo tchau pra uma parede. E quer saber? Eu espero que seja melhor assim.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Fica combinado

"Mas se quiser tem que ser agora, depois não dá
Eu tenho que ir embora,
não sei quando vou voltar
Fica combinado
A gente mata a vontade
deixa um lugar pra saudade
e tenta não se apaixonar"
(Marcos e Fernando)

Pq no pós modernismo.... hahaha

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Cartas na mesa

Há tempos venho tentando lidar com uma série de sentimentos novos e inesperados que surgiram no meu caminho. Eu ainda não sei o que fazer com tudo que passou, mas agora, depois de muito bater a cabeça e querer correr pra longe dessa loucura, eu vejo que o pior realmente já passou. A expressão mais verdadeira desse redemoinho de sentimentos está na postagem de hoje... =)


Cartas na mesa


Você foi a rasteira mais bem dada, o tombo mais alto, a vergonha mais sentida, minha burrice assumida, meu erro programado.
Você foi meu desequilíbrio, minha fuga, meu fim. O limite ignorado, a graça mais gostosa, o desejo mais vil.
A dor mais doída, a coragem desperdiçada, minha corda bamba, os sonhos diários e perturbadores de toda uma quinzena.
Você foi meu foco, minha meta, meu ego, meu ódio, meu carinho imenso.
Foi tanto, teve tanto. E eu te pergunto: pra que?
Foi meu orgulho fraco, minhas armas entregues, meu jogo perdido. Foi minha incerteza, minha briga, meu medo, minha revolta.
Você foi um soco no estômago, minha dor de cabeça. Foi um surto de loucura, minha busca, minha virtude escondida, meu poço de defeitos.
Eu não te escolhi, eu não te inventei, eu não quis que fosse tanto. Mas foi tanto, teve tanto... e eu insisto em te perguntar: pra que?
Você foi um querer descabido, a saudade infundada, o encanto gratuito, a madrugada mais engraçada, a ausência mais previsível e o nó mais apertado.
Você foi a espera mais angustiante, mais vã.
Você foi a decepção mais avisada, o plano mais mirabolante e a desistência mais frustrada.
Pra que?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Parece que a brincadeira perdeu a graça. Ou talvez um de nós tenha perdido o jogo.
Eu já me esqueci quais foram as nossas apostas, então não quero contabilizar as perdas... e nessa hora nem os ganhos que, de alguma forma, eu sei que existem.
Já não tenho mais o que te falar. Você nunca diz o que eu quero ouvir. E esse diálogo se enfraquece a cada palavra errada.
Chegamos ao fim... é assim.
Não vou dizer que não vai doer em mim as noites sem nenhuma espera. E não vou dizer que por causa disso minha vida fica sem razão de ser. Que exagero!
As coisas simples e sutilmente estão mudando. Ou estão entrando nos eixos depois de tanto descarrilhar.
E "deixo assim ficar subentendido", como foi durante todo o tempo em que esteve comigo. Nas entrelinhas.

sábado, 27 de junho de 2009

O que faltou dizer

Será que é mesmo preciso entender?
Será que isso é mesmo tão necessário?
Porque se não for, estou indo contra aos meus propósitos de só me desgastar pelo o que realmente importa.
Eu ainda não sei o quanto você importa. Nem se você se importa, nem se quero saber do que te toca.
Faltou eu dizer que gosto de você. Será que essa afirmação te faria algum sentido? Porque pra mim não faz nenhum.
Mais uma vez me enrolo com o que as palavras não ditas poderiam ter sido, e com o que as não ouvidas poderiam ter feito de mim.
Faltou eu dizer que sinto saudades. Falta do que vivi? Dos poucos abraços, do pouco contato, de tudo o pouco que foi. Existem nomes bem mais xulos pro que me acontece, mas eles ainda não combinam comigo. Ainda me resta uma pequena mania de romantizar meus meios... por pouco tempo, eu espero.
Faltou eu dizer que não sou apaixonada por você. É... não sou, não estou, não pretendo ser.
Você me toma de jeitos não convencionais, por isso me encanto, me entrego, me entorpeço e perco meu tempo.
Mas você não tem o que eu procuro, não me oferece o que preciso, não me dá respostas, não me tem por inteiro.
Aqui é desnecessário cuidado, não tenho motivos pra maquiar minhas intenções. Eu te quero sim, mas é um querer estranho, motivado pela certeza de que sou muito melhor que você. Tá vendo como é... não sei quão importantes são essas questões, mas me desgasto tentando entender.
E o mais importante de tudo que não foi dito: quando você é bom, só é bom porque eu quero que seja, esse é o meu meio de justificar meu envolvimento burro, com alguém tão menos como você.
Pois é... devo estar no caminho certo.



quarta-feira, 24 de junho de 2009

Me disseram "contigo a palavra", e eu desembestei a falar.
Mais uma vez como se a palavra pudesse resolver tudo, eu meti os pés pelas mãos.
Essa mania de dar nome pra tudo faz um mal danado. Tem hora que falta nome pra dar.
E coisas desnomeadas me atormentam que é uma peleja!
Eu não me canso de procurar. Aliás, cansei já... mas não sossego até encontrar!
Como se afogar as coisas num balde de água benta pudesse mudar o rumo de tudo... quanta incoerência!!
Pra não sofrer desse mal só nascendo dicionário na próxima encarnação: Layla Aurélio de Houaiss!
=)

sábado, 20 de junho de 2009

Retiro

Eu retiro o que disse na noite passada. Formalmente retiro. Intimamente retiro.
Acabou a brincadeira, seu tempo se esgotou.
Era muito para ser verdade, era tudo muito simbólico demais.
Essas coisas acontecem, não vou cair em tentação e colocar o dedo em minha ferida.
Aconteceu e ponto.
Então eu só retiro a palavra da noite passada, o vazio da noite passada, as lágrimas da noite passada.
Eu retiro minhas últimas intenções, meus resquícios de ilusão, meu suspiro de romantismo.
Como quem faz uma faxina e tira o pó, eu te espano.

Tropeços dessa noite

Meu ciúme, minha alegria, minha satisfação, meu teor alcoolico.
Minha vontade de chorar, meu abraço errado, minhas marcas erradas, meus sinais trocados.
Era você que eu queria essa noite, não um passatempo qualquer, não uma diversão vazia.
Eu queria seu riso, seus gestos, suas idiotices.
Eu queria seu cheiro no meu corpo, não uma coincidência de perfumes.
Minhas mãos procuravam você, meus beijos procuravam você.
Eu te procuro a todo momento, eu busco razões para querer.
Um querer que dure mais que meia hora, um carinho mais cheio de dia seguinte, uma atitude mais eu do que essa crise de personalidade.
Não quero mais um canto, uns apertos e umas mãos. Quero um corpo inteiro, quero um coração cheio.
Quero uma borracha, uma base potente, um corretivo facial.
Quero apagar as marcas erradas, quero tirar o roxo... quero só o rubro de vergonha que vem depois do seu olhar.
Quero você querendo mais do que eu possa suportar.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Memória

    Amar o perdido

    deixa confundido

    este coração.

    Nada pode o olvido

    contra o sem sentido

    apelo do Não.

    As coisas tangíveis

    tornam-se insensíveis

    à palma da mão

    Mas as coisas findas

    muito mais que lindas,

    essas ficarão.

    Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 16 de junho de 2009

...

Você poderia por favor sair de dentro da minha pele?
Porque eu não posso começar isso ainda
E eu não sei quais são as minhas intenções
Elas estão falando em outra língua
Lá no fundo, eu não sou tão dura quanto pareço
Mas eu não deixarei você saber
Até estar certo, eu manterei minha distância
E você deveria ir.
Eu não sou tão forte quanto pareço,
mas não deixarei que você saiba.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Segundo round. Briga no play.

O segredo era não ter descido pro play. Eu não sei brincar mesmo, o que é que fui fazer lá?
Na melhor das hipóteses eu não teria saído com o pé quebrado. E nessa hora desse dia tão X eu queria, de verdade, que estar manca tivesse sido a pior das consequências.
Às vezes, quando olho pra trás e relembro coisas que vivi, muitas delas parecem que simplesmente não aconteceram comigo. Hoje eu desejo com uma intensidade descomunal sentir que tudo o que aconteceu no play não tenha acontecido comigo.
E não é só uma sensação rasa de que não valeu a pena, de que não aprendi nada com os sujeitos das orações. Foi sim pouca coisa além de verbos, mas eu aprendi muito... reconheço isso apesar de continuar achando que os meios realmente não valeram a pena.
Não era essa a minha intenção, mas eu me magoei. E ter que me encarar e me pedir desculpas não é nada fácil.
Eu devia ter escolhido um adversário mais fraco, brigar comigo não é bom negócio. Estou sentindo na pele o poder da auto-condenação.
Eu queria muito bater no coleguinha que me convenceu que era divertido subir no roda roda, mas no fundo eu sei que ele não me convenceu a subir, ele apenas me divertiu. E deve mesmo ser justo eu ser a única de pé quebrado dessa história, quem quis acreditar fui eu.

sábado, 6 de junho de 2009

Limitadamente na minha

Eu quero que você queira. Esse é o meu desejo limitado, meu esporte amador.
Esse descontrole cardíaco é um pedido pulsante para que você entre nesse jogo. 
Eu quero que você esteja na minha. Quero você na minha cidade, na minha cama, na minha vida, na minha.
Quero uma inversão de papéis, uma troca de encantos. 
Cansei de procurar por suas virtudes, preciso agora que você se atente para as minhas.
Eu avisei que era um desejo limitado. Eu não sei o que fazer depois.
Então, não mais que por enquanto, eu só quero que você esteja na minha.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A costura

Os avisos estão em toda parte. São milhares de letreiros brilhantes escancarando em minha frente o perigo que se segue. As advertências são tantas que quase não dá para saber se é mesmo a minha voz que ouço, ou se é uma espécie de guia astral que tenta em vão me proteger.
Parece que tem uma corda me puxando pelo umbigo. Parece que do meu peito sai um ima desnorteado. E na minha cabeça se costura uma colcha de retalhos que nem dobrada em mil conseguiria acalmar o frio que sinto.
Insisto no improvável rezando aos céus que me façam entender essa fixação. E não sei mais qual é o esconderijo preferido da minha tolice, se é a ilusão amarga e quente de estar seguindo meu caminho ou se é a cruel e realista noção do meu desequilíbrio.
Não há prazer em simplesmente transgredir o óbvio, tampouco em tirar água de pedra. E não há evidências de que tamanho esforço e desgaste valeriam a pena em qualquer espaço desse tempo arbitrário que passa em meus relógios.
Não há nada além de uma inocente e triste tentativa de costurar retalhos de brim e seda. Elos de uma existência tão virtual quanto esta página.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

De volta com a palavra

Amo a palavra como se ela pudesse resolver tudo nessa vida, como se houvesse palavras suficientes nesse mundo para traduzir tudo o que é passível de existência concreta ou abstrata.
Amo tanto que pensei em fazer dessa relação um trabalho.
Matei assim o amor, matei assim a palavra.
Desde que assumi o compromisso com a informação a palavra brigou comigo. Emburrou-se de todos os jeitos, de bico e de burra mesmo.
Antes dessa invenção descabida eu não precisava de manual de redação. Agora até parece que não sei mais escrever! Justo eu, que comecei com toda essa loucura por que amava a palavra mais do que qualquer iguaria mineira.
Hoje li que um escritor atinge a sua maturidade quando consegue transcender a influência de sua própria personalidade nos personagens que cria. Sendo assim, como já não crio mais nada e nem tampouco consigo desgarrar de mim o que escrevo, dificilmente eu conseguiria ser uma escritora madura. Pouco encorajadora essa constatação. Será que dá para ser jornalista assim?
Queria era ser um fingidor, que finge ser alheia a dor que sente. Queria era ter o talento do Pessoa, da Clarice e do Drummond. Queria tanta coisa... será que tanta coisa consegue expressar o tanto de coisa que queria?
Hoje tudo são notícias, idéia sem acento e mito da imparcialidade. Mas e a máquina de escrever, o cigarro que não fumo, o café que não me vicia, a inspiração que não me movimenta? Que palavra se dá para essa confusão?
Percebe como a palavra foge? Se foge até de mim que nunca a tratei simplesmente como um amontoado de letras, imagina o que não faz com os mais desavisados.
Não sei se é o fim da linha que está chegando ou se é mesmo só o diploma. O fato é que transformei o amor em trabalho sem saber que dava trabalho desse tanto amar o tempo inteiro.
Tomara que não seja tarde demais para pedir que ela volte feliz e complicada como nos tempos da "contracomunicação". 





quinta-feira, 21 de maio de 2009

Música de Algum Lugar

Tem uma música tocando sem parar
ela toca todo dia sem parar
e eu não sei de onde vem
e também não sei cantar
e ela toca
toca
toca mais que sino de missa
toca de certo pra avisar
que o que quer que esteja para acontecer
não demora pra vingar

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O que eu teria a dizer sobre os homens?

No começo eles são os gatinhos, os fofos. E para saber se eles estão a fim é só responder ao teste da revista. Se puxa seu cabelo, quebra sua barbie favorita e te chama de chorona é porque gosta de você e tem vergonha de dizer. Um tempo depois eles não são nem gatinhos nem fofos. Os testes esclarecedores dão lugar às listas de milhares de posições sexuais maravilhosas, e a sessão de recadinhos de amor cede espaço para a coluna “sou ácida por causa de um cafajeste”. Se ele bate é questão para Maria da Penha, mas se te puxa o cabelo é porque entende de pegada. A única coisa que não muda é a incompetência para lidar com o interesse no sexo feminino.

Depois dizem que a culpa é da mente complicada das mulheres. Imagina só que absurdo! Aliás, dizer que é impossível entender as mulheres é a constatação mais óbvia do descaramento masculino. A culpa pelo comportamento idiota que eles frequentemente têm não é deles, é das mulheres que nunca estão satisfeitas.

Os homens são habilidosos com poucas coisas... trocar lâmpadas, fazer baliza, acender churrasqueira e transferir a responsabilidade de uma mancada. É batata! Os homens sempre vão dar um jeitinho de colocar a culpa nas mulheres. Bobos! Se não gostam de discutir a relação, o jeito mais rápido de acabar com ela é assumir o erro, pedir desculpas e dizer que vai se esforçar para não pisar na bola outra vez. É difícil?

Difícil é escutar “vamo pro canto”, “ô bundão”, “vem ni mim gostosa” e fazer cara de paisagem. E o pior é que ainda fica uma dúvida: essas cantadas são só diarréia verbal ou eles realmente acreditam que vão conseguir alguma coisa com você assim? Melhor treinar a cara de paisagem... e esquecer o decote.

É frustrante perceber que mesmo aquele deus grego que te leva para jantar, paga sua conta e elogia seu cabelo estrategicamente hidratado, em algum momento vai estragar a boa impressão. Eles não acompanham nossas necessidades, não se baseiam no bom senso e sempre vão olhar para a mais gostosa, mesmo que você seja mais bonita e mais simpática do que ele merece.

Pior ainda é descobrir que as revistinhas de teste não servem mais, que os preciosos resultados que te levaram a ter coragem de entregar a sua primeira cartinha de amor eram furados. Somos nós mesmas, mulheres decepcionadas, de cabelos puxados e letradas em posições tântricas, que dizemos às pobres mocinhas que é normal os meninos arrancarem as cabeças de suas bonecas. Estágio de vida difícil esse! 

Na maioria das vezes o único caminho é apelar para a arte da não perplexidade. Não se espantar com nada é uma tentativa árdua, é verdade. Ainda mais quando existe o fato de que queremos entender o que se passa. Perda de tempo, né? Sempre acabamos com a resposta de que os homens são todos muito previsíveis: as cantadas, os não telefonemas no dia seguinte, a cerveja e o futebol de domingo, o descaso com a nossa inteligência.

Mas, quando parece que a coisa já desandou de vez, surge ainda uma questão maior: por que é que nos interessam tanto? Será que quando nos apaixonamos simplesmente nos esquecemos da previsibilidade masculina ou apenas evitamos o sofrimento por antecedência? Vai entender...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A menina dos passos sem rumo

Ela estava mais triste do que costumava estar. Parecia que tinha levado uma surra, coitada da menina.
Ela que se comportou tão bem, fez todas as lições de casa...
E ainda que não tivesse apanhado de verdade, tudo nela insistia em doer, como se ela tivesse levado uma centena de palmadas.

quarta-feira, 29 de abril de 2009



O último bar  - Matanza


O último bar quando fecha de manhã
Só me lembra que eu não tenho aonde ir
Bourbon tenho demais, mas que diferença faz
Se você não está aqui pra dividir
Nada hoje em dia é como costumava ser
Do jeito que era divertido há um tempo atrás
Varava noite adentro pelos bares por aí
Enchendo a cara e perturbando a paz
Não é nenhuma novidade
Ficar uma semana sem dormir
Em cada esquina tem um bar
Em cada copo uma vontade de sumir de vez daqui 
Mas se eu voltei pra essa cidade
Foi atrás de muito tempo que eu perdi
E cada vez que passa um Cadillac
Eu fico procurando se é você a dirigir
Toda noite tem sempre alguém pra me dizer
Que mulher que vai querer te ver assimPleno festival, mulherada, carnaval
E eu aqui com uma garrafa já no fim

Não é só conversa de mulherzinha...

Se o sono me falta é porque não é dormir que eu quero. Pelo menos não assim.
Falta alguém pra me esquentar nesse começo precipitado de inverno. Parece que meu colchão de solteiro duplicou de tamanho.
Agora eu quero carinho, não um estranho me apertando numa festa qualquer.
Eu quero um abraço apertado de afeto, um afago no cabelo.
Eu quero pernas entrelaçadas e braços dados ao acordar.
Eu quero parar de sonhar acordada e dormir abraçada com alguém de verdade.
Eu quero o coração cheio, tão grande quanto esse quarto e tão claro quanto a minha insônia.
Eu quero mãos dadas e pés no chão, pra que eu não me perca nas minhas verdades relativas.
Eu não quero mais amar o amor sem saber quem ele é.
Hoje, pela segunda vez na vida, fui ao cinema sozinha. Algo muito normal, eu concordo. Mas no meu caso isso pode ser chamado de, no mínimo, um sintoma. Um sintoma de que estou completamente pinel, atordoada e confusa. É claro que assistir "Divã", numa segunda-feira pós choque de realidade não é um estímulo muito carinhoso ao meu estado emocional, mas rendeu algumas reflexões. =)

No divã

Eu quero pedir aposentadoria. Pode ser por invalidez mesmo, não me importo.
O que mais poderia alegar? Cansaço?
Não acreditariam em mim.
Eu não desistiria de tentar encontrar. Então atesto logo que meu caso é de invalidez, não sou hábil para esse papel.
Cansei de querer e de adotar a postura "não estou esperando" pra que finalmente o amor viesse.
É lógico que o amor não acontece pra todo mundo! É óbvio que não!
Então por que querer ser uma maldita de uma metade? Por que querer outra pessoa pra ser completa?
Que coisa mais cafona, mais manjada, mais fraca!
Quem foi que inventou tamanha sacanagem? Quem foi que colocou na minha cabeça que eu prefiro me apaixonar toda semana por uma pessoa diferente do que nunca sentir nada? Isso é um absurdo!
Se o sentimento é meu e é isso que mais me dá graça, pra que querer alguém?
É quase como querer comer morango fora da época... trabalhoso e caro.
O discurso do "dessa vez é diferente" não me convenceu hoje. Apesar de eu insistir em sentir assim.
Existe um claro descompasso entre o que sinto e o que vivo, e isso não tem charme nenhum...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Só para começar bem...

Todo amor, por menos amor que seja, quando acaba dá vontade de chorar.
Por mais meio amor que seja, por mais quase amor que seja.
Quando acaba dá vontade de chorar.
Meia boca que seja, breve que seja.
Quando acaba, ah.... dá sim vontade de chorar!
São lágrimas de aborto, sais de decepção.
Começar tudo de novo?
Um amor novo?
Outro menos amor, outro meio amor, outro quase amor.
Tudo pelo frio na barriga, o suor nas mãos, o aperto na garganta, a dor no peito?
Assim até parece bobagem... vontade de chorar assim.
Mas é que todo amor, por menos amor que seja, quando acaba dá vontade de chorar.